quinta-feira, setembro 04, 2008

José Jorge Letria - Fábulas de La Fontaine


A fábula é uma narrativa alegórica, em forma de prosa ou verso, cujos personagens são geralmente animais que sustentam um diálogo, e cujo desenlace reflecte uma lição de moral. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória dos fracos sobre os fortes, da bondade sobre a astúcia e a derrota de presunçosos e vaidosos. O método de criar fábulas nasceu com Aristóteles, que apenas incluía nas suas fábulas animais, deixando de parte homens e plantas, mas foi com Esopo, escravo e contador de histórias grego, que o género se consagrou. La Fontaine, poeta francês, escreveu e reeditou (entre elas, algumas de Esopo), numerosas fábulas, e até o escritor britânico George Orwell, com o seu «O Triunfo dos Porcos» (Animal Farm), compôs uma fábula (embora num sentido mais amplo, a da sátira política).
Jean de La Fontaine, considerado o pai da fábula moderna, recorreu ao simbolismo como crítica moral, permitindo-se assim exprimir livremente, em versos com simples e divertidas rimas, coisa que outros escritores se viam impossibilitados. Como por exemplo: Luís XVI poderia ser o leão e o cardeal de Richelieu não estaria longe da imagem do corvo.
A Ovação caba de editar vai editar as fábulas de La Fontaine ditas pelo jornalista, poeta, dramaturgo, cantor e autor de uma vasta obra para crianças, José Jorge Letria.

Letria tem livros traduzidos em cerca de uma dezena de línguas e está representado em numerosas antologias em Portugal e no estrangeiro. A sua obra literária foi distinguida, até à data, com inúmeros prémios e distinções, entre eles: Dois Grandes Prémios da APE (conto e teatro); o Prémio Internacional Unesco (França); o Prémio Aula de Poesia de Barcelona; o Prémio Plural (México); o Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte (São Paulo, Brasil); um Prémio Gulbenkian; o Grande Prémio Garrett da Secretaria de Estado da Cultura; o Prémio Eça de Queirós-Município de Lisboa (duas vezes); o Prémio Ferreira de Castro de Literatura Infantil (três vezes) ou o Prémio «O Ambiente na Literatura Infantil» (três vezes). O seu livro para crianças «O Homem que Tinha uma Árvore na Cabeça» integrou, em 2002, a lista «Books and Reading for Intercultural Education», da União Europeia.
O essencial da sua obra poética encontra-se condensado nos dois volumes da antologia «O Fantasma da Obra», publicados em l994 e em 2003, ano em que completou três décadas de actividade literária. Antes do 25 de Abril, José Jorge Letria foi um dos nomes mais destacados da «canção de resistência», ao lado de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Manuel Freire, tendo sido agraciado, em l997, com a Ordem da Liberdade, pelo Presidente Jorge Sampaio. Em Paris, foi-lhe atribuída a medalha da Internationale des Arts et des Lettres. Foi também distinguido com a Medalha de Honra do Município de Cascais, após a conclusão do seu segundo mandato autárquico.
Neste registo discográfico, José Jorge Letria reúne 35 fábulas, entre elas a clássica «A Cigarra e a Formiga» (uma fábula muito moralista, posteriormente traduzida por Bocage); «A Raposa e as Uvas»; «O Leão e o Rato»; «O Lobo e a Raposa», entre outras.
«Fábulas de La Fontaine», uma obra indispensável, para miúdos e graúdos.

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