quinta-feira, setembro 04, 2008

Coisas do fado

Indissociavelmente associado à cultura portuguesa, o fado, canção urbana lisboeta, é hoje um símbolo de Portugal, imagem do que é, para o exterior, o genuinamente português. Das tabernas e dos pátios dos bairros populares, o fado cruzou fronteiras, gerações e mentalidades, tornando-se hoje a canção nacional por excelência. Mas nem sempre foi assim. Inicialmente canção exclusivamente popular, associado às camadas mais baixas da sociedade, o Fado acaba por se socializar, pela população urbana de Lisboa. As palavras falam de saudade, nostalgia, ciúme, e mais tarde de touros e touradas, quando a fidalguia se apropria do fado. Era o fado clássico, também denominado por castiço. Aquele que se conhece por fado moderno tem o seu apogeu com Amália Rodrigues, a cantadeira que até hoje mais profundamente marcou o fado e o seu imaginário. Na última década, uma nova geração tem trazido outro impulso à arte do fado, num espectro bastante amplo de estilos e tendências estéticas.A Ovação, editora apostada em fazer reaparecer o fado como aquilo que sempre foi, a canção lusitana de excelência, tem vindo nos últimos anos a editar a compilação «Fado Capital», registo discográfico que pretende dar a conhecer a arte fadista de nomes lendários inequivocamente ligados para sempre à história do Fado, assim como fadistas desta nova geração. Por isso é lícito afirmar que «Fado Capital 7» é uma compilação de eleição, diferente, em que o fado tem aqui, como protagonistas, clássicos como Vicente da Camara, António Mello Corrêa, Maria da Fé, Tristão da Silva , Fernanda Maria, Vasco Rafael ou Fernando Maurício, e representantes da chamada nova geração como: Ana Maria, Diamantina ou Entre Vozes.«Fado Capital 7» um disco que nos transporta aos meandros do fado através das ruas de Lisboa. Um CD antológico, de fado autêntico e de xaile rubro de saudade.

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